Quando a tranquilidade se torna dominante e meu ambiente fértil, a nostalgia explode com uma voz harmoniosa e envolvente. Então a musa chega como um sol nascente. E brotam versos da minha caneta que transformam o papel em um pardal que fará minha poesia de sua canção.

Um dia passa e outro dia. Ouço novamente a voz triste que me coloca nas mãos da tristeza. Planto outros versos que se tornam poesia. É assim que os dias passam. Assim nascem as musas.

Esta obra é a essência nostálgica que brota do canto da minha existência, as que apresento em versos que talvez muitos olhos leiam e quando o fizerem não verão, mas minha voz gritará embora não se ouça, talvez porque eu seja a simples lágrima que começa a caminhar cegamente e no escuro os caminhos de um rosto desconhecido.

Em cada um desses poemas eu me encontro, porque cada um fez parte do meu ser em algum momento da minha vida e em algum momento da minha vida eles foram minha vida naquele momento. Quero com este trabalho remover os sentimentos mais ocultos e dar-lhes vida, fazendo-os sentir a eternidade do momento, deixando as luzes de cada verso parecerem vibrantes, quase cegantes, expostas no papel, talvez tímidas e com medo de que os olhos não olhe para eles e as almas não os sentirão.

Voz da nostalgia, talvez não seja nada mais do que a migração da minha vida para a morte, para paixões tristes possivelmente absurdas, pois fogem aos propósitos dos homens; meu objetivo não é negar a felicidade ou omiti-la, mas simplesmente despertar essa sensibilidade que jaz sob a casca áspera dos seres mais doloridos, presenteando-os com essa solidão que se afoga no silêncio e nos faz suas vítimas, esses sentimentos que queimam a alma e que queimaram os corações de muitos homens.

Essas inúmeras vozes são ecos da alma com a qual compartilho os sentimentos de outras pessoas e meus próprios sentimentos que quero fazer bater outros corações.